Publicado: 01/11/21 às 16h19
Foto divulgação
A Petrobras aumentou o preço médio que os distribuidores
terão que pagar à refinaria para comprar gasolina e diesel – foi o quarto
reajuste de 2021. Essa revisão de preços atinge o consumidor, já que o preço
médio da gasolina aumenta na hora. Só que o etanol sobe junto, ainda que o
combustível vegetal não tenha sido incluído na nova tabela da petroleira.
Esse fenômeno de aumento casado acontece invariavelmente e
seu reflexo aparece nos postos de gasolina. Antônio de Pádua Rodrigues, diretor
técnico da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica),
organização que representa os produtores de etanol a partir da cana de açúcar,
explica as razões dessas altas em conjunto.
O primeiro motivo é de oferta e demanda. Como álcool pode
substituir a gasolina nos carros flex, o consumidor pode ser levado a optar
pela “alternativa”. Se a procura pelo etanol aumenta, seu valor sobe também.
“Se não há uma correção de preço, a demanda por etanol se
elevaria muito por parte dos distribuidores, e com a oferta de matéria-prima
mantendo-se a mesma, o preço seria elevado de toda forma em algum momento
futuro”, diz Pádua.
O mercado de combustíveis tem cotação diária. Ou seja, o
preço varia todos os dias, o que pode gerar impactos diretos nas bombas dos
postos de forma praticamente instantânea. “O preço da gasolina está muito
ligado ao câmbio e ao preço do petróleo. Se amanhã o preço do barril de
petróleo caísse para US$ 40, e consequentemente o preço da gasolina diminuísse,
o valor do etanol cairia também”, afirma.
Para quem está precisando abastecer o carro, parece injusto:
quando o Jornal Nacional (ou a Autoesporte) anunciam um aumento, o dono do
posto logo sobe os preços, ainda que seu reservatório esteja cheio (e adquirido
no preço menor). Ora, se ele pagou menos, que venda por menos, certo?
Para o dono do posto, o problema é outro. Com o aumento, se
ele vender o “estoque antigo” pelo preço antigo, não terá margem para repor o
conteúdo dos tanques com o valor atualizado.
O caso inverso também não beneficia o consumidor. Quando a
Petrobras reduz os preços, a vantagem dessa redução demora até aparecer na
bomba – isso quando aparece. Deixando de lado razões especulativas, aqui vale
uma lógica comercial.
Todo aquele combustível que está armazenado teoricamente foi
adquirido pelo empresário por uma cotação mais alta. Assim, se ele repassar
imediatamente esse “benefício” para o cliente, terá que absorver o custo
adicional.