Publicado: 20/07/20 às 10h15
Foto: Marcela Frandsen
Diagnóstico e tratamento evoluíram, mas receber o resultado
positivo para câncer de mama, o mais comum entre mulheres, ainda fazer perder o
chão por alguns minutos, horas, semanas... Porém, ao mesmo tempo, faz renascer novos
valores e prioridades. Um exemplo é a enfermeira Grasiela Ferreira de Oliveira,
de 34 anos, compartilha sua experiência da descoberta ao tratamento com o
intuito de alertar outras mulheres.
Mesmo com histórico na família, Grasi foi surpreendida no
ano passado com o diagnóstico de câncer de mama aos 33 anos, antes mesmo de
realizar o sonho de ser mãe. Porém, a enfermeira tem direcionado toda energia e
esperança para superar esta fase e conscientizar o público feminino sobre a
importância do autoexame das mamas.
“No meu caso, em abril de 2019, senti um nódulo na mama
direita, fiz um ultrassom para tirar a dúvida. Nesse exame, o médico disse que
não havia nada de anormal, apesar da minha observação”, recorda. Ela voltou
para casa tranquila, mas, com o passar das semanas, continuou incomodada com
nódulo. Definitivamente não era coisa da sua cabeça.
Em agosto, procurou outro médico, repetiu o ultrassom, que,
desta vez, confirmou o nódulo, já com 6 cm. Fez a biópsia e o resultado deu
positivo para câncer de mama. “Apesar de dizer que estava preparada, ao ouvir câncer
de mama, a garganta deu um nó. Eu só conseguia pensar em começar logo o
tratamento para que tudo passasse rápido”, relembra.
No histórico recente da família de Grasi tem superação e
dor. A mãe Anilda faleceu, em 2008, após tratamento para leucemia. Já a avó dona
Ilda, de 70 anos, foi diagnostica com câncer de mama e, atualmente, está
curada. “Esses exemplos, assim como o meu, vêm para mostrar que o câncer não
tem idade. É preciso que as mulheres se cuidem, façam o autoexame das mamas,
além de cuidar da alimentação e praticar atividade física”, alerta.
Sobre o tratamento, Grasi revela que cada etapa é um
obstáculo vencido. Ela já venceu oito sessões de quimioterapia, a retirada do
nódulo da mama direita e enfrenta, com fibra, as sessões finais de
radioterapia. “E assim vou seguindo um dia de cada vez. O mais importante não é
o destino, e sim a jornada e todo o aprendizado que adquirimos”, diz.
“Posso dizer que me sinto como
num casulo, estou em preparação para voar! Essa fase que estou vivendo me fez
repensar as prioridades na minha vida. E com certeza sairei mais fortalecida
dessa batalha. O importante é nunca perder a fé, a esperança, pois são elas que
nos mantêm vivos”, acredita.
Um novo começo
“Após o fim do tratamento, eu
Imagino que é um novo começo, pois depois do câncer tudo muda. A vida dita "normal"
nunca mais será a mesma, as prioridades mudam. Quero voltar a dar aula para o
curso técnico de enfermagem e pretendo fazer um projeto para auxiliar, dar
orientações as pessoas da minha cidade que passam pelo tratamento do câncer de
mama”, revela.