Publicado: 07/02/20 às 08h08
Texto: Luciana Vidal
A primeira atitude para
manter o carro em ordem é conhecer o manual de bordo e o plano de revisões. A
partir das informações registradas nesses livretos, o motorista terá um ponto
de partida para verificar se a manutenção está em ordem ou se falta algo, mesmo
que não haja sinais aparentes de desgaste.
Também é importante sair da
bolha de vez em quando: dedique alguns quilômetros para rodar com os vidros
abertos e o som desligado, se possível em um lugar com pouca interferência dos
ruídos do trânsito. Assim será possível escutar aquele rangido de rolamento,
estalos ou sons agudos emitidos pelo sistema de freios. Podem ser sinais de
defeitos.
Saiba como checar outros problemas corretamente
Carros modernos emitem sinais
sonoros e luminosos para indicar problemas, mas isso só ocorre quando o mal já
tomou a máquina. Contudo, uma revisada rápida e simples ajuda a evitar defeitos
futuros:
Óleo
O óleo deve ser verificado
sempre com o motor frio (antes de dar a primeira partida do dia) e com o
veículo parado em lugar plano. Se estiver baixo, o melhor é deixar o carro na
garagem, comprar o lubrificante adequado e ir completando aos poucos até
atingir a marcação indicada na vareta.
Verificar os níveis do óleo e
do líquido de arrefecimento no posto de gasolina é prática a ser evitada. Os
fluidos ainda estarão circulando, o que prejudica a medição.
Vale dizer que carros
modernos não costumam apresentar alteração no nível do lubrificante entre as
trocas. Se houver baixa frequente, há algo errado. A hora certa para verificar
é pela manhã, na garagem, quando o motor está frio. Antes de dar a primeira
partida do dia, confira o nível do lubrificante (deve estar entre os limites
mínimo e máximo marcados na vareta de medição). Se o fluido estiver escuro, mas
o prazo de troca não tiver sido atingido, fique tranquilo. É isso que ocorre
com o uso. Mas se a cor estiver leitosa, pode haver vazamento de água pelas
juntas do motor, e isso sim é um problema.
Ainda sobre o prazo de troca:
algumas fabricantes recomendam antecipar a substituição do lubrificante no caso
de uso severo — que pode ser definido, basicamente, por três pontos: utilizar
constantemente o carro em trechos muito curtos (insuficientes para que o motor
atinja a temperatura ideal), percorrer vias engarrafadas diariamente ou ter
estradas de terra pelo caminho. Consulte o manual do veículo para saber o que a
empresa diz sobre essas condições.
Água
Aproveite o capô aberto para
ver se o fluido de arrefecimento se mantém no nível correto. Caso esteja um
pouco baixo, complete com a composição indicada pela fabricante e torne a fazer
a medição no dia seguinte, após rodar com o carro. Se o reservatório estiver
praticamente vazio, leve o carro à oficina logo após completar o nível.
Atenção: abrir a tampa do
vaso de expansão pode gerar entrada de ar no sistema em alguns carros, além de
esguichos de água. É por isso que o reservatório jamais deve ser aberto com o
motor quente e o líquido a ponto de entrar em ebulição. Além de problemas
mecânicos, isso pode resultar em queimaduras.
Mangueiras
Ligue o motor e use a
lanterna (qualquer celular tem uma) para verificar se há sinais de vazamento
nos encaixes das mangueiras do sistema de arrefecimento. Com a adoção de capas
sobre os motores, é provável que nem todas as conexões estejam visíveis.
Observe o chão
Tire o carro da vaga e veja
se há manchas recentes de óleo ou do líquido colorido de arrefecimento (em
geral, verde, rosa ou amarelo) no assoalho. São sinais de vazamento. Se você
usa o ar-condicionado, saiba que é normal surgir uma poça de água aparentemente
limpa sob o carro, resultado da desumidificação da cabine. Esse líquido é
expelido por um dreno e pinga no chão. É um dos raros momentos em que você não
deve ficar preocupado com poças e manchas.
Atenção aos pneus
Raspadas em manobras
desgastam as bordas das rodas e podem resultar em cortes superficiais na
lateral dos pneus. Se encontrar um dano como esse, leve o carro até uma loja
especializada para definir se será necessário fazer a troca.
Caixa de rodas
O acúmulo de sujeira nas
caixas de rodas — principalmente lama — pode prejudicar a dirigibilidade, dando
a sensação de que o carro está desalinhado. Se houver uma crosta de detritos
grudada nessas partes, providencie a limpeza.
Luzes
Esse é o check-up mais
simples. Acenda faróis, pisca-alerta, acione a luz de direção e veja se tudo
está ok. Confira também se há acúmulo de água dentro dos conjuntos ópticos. Não
se esqueça de verificar os faroletes e a luz de neblina traseira, caso seu
carro esteja equipado com esses itens.
Para ver a luz de ré, deixe o
motor desligado e acione apenas o primeiro estágio da chave, que acende as
luzes do painel. Engate a ré, desembarque do veículo e verifique se as lâmpadas
estão acesas. Para checar a luz de freio, peça ajuda para que alguém verifique
enquanto você pisa no pedal.
Para-choques
Esbarrões constantes, além de
causar arranhões, podem quebrar as presilhas que seguram a capa plástica dos
para-choques. Verifique o alinhamento em relação à carroceria e balance
levemente a peça para ver se há folgas.
Fonte: autoesporte.com.br